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Gabinete realiza seminário para discutir as calçadas

Este foi o primeiro evento de uma série que o mandato pretende fazer com foco em temas estratégicos da cidade

O mandato da vereadora Renata Falzoni promoveu, na Câmara Municipal de São Paulo, o seminário “Calçadas de São Paulo: o futuro sob nossos pés”, que colocou a mobilidade a pé no centro do debate sobre o espaço urbano. O evento marcou o início de uma série de encontros voltados à discussão de questões essenciais para a cidade, reunindo especialistas, ativistas e cidadãos interessados na construção de uma cidade mais humana e acessível.

Para o gabinete, garantir trajetos seguros, inclusivos e bem conectados vai muito além da mobilidade: trata-se de uma pauta de justiça social, saúde pública e direito à cidade. Afinal, uma cidade boa para o pedestre, é boa para todas as pessoas.

O seminário contou com palestras de nomes importantes do urbanismo e da mobilidade ativa, como Rosemeiry Leite (Cidadeapé), Tuca Munhoz (Fiocruz), José Renato Melhem (SMPED), Mariana Giannotti (Poli-USP / CEM), além de Claudia Acosta, Mariana Levy e Hannah Arcuschin Machado, da FGV Cidades.

As discussões abordaram temas como caminhabilidade, microacessibilidade e o Programa Emergencial de Calçadas (PEC), além da apresentação de diagnósticos sobre a situação atual das calçadas e possibilidades de financiamento para melhorias estruturais.

Rosemeiry Leite apresentou o conceito de rede de mobilidade a pé, com base em três princípios fundamentais: percursos mais curtos, menor gasto de tempo e esforço reduzido. Ela destacou a importância de considerar as chamadas “linhas de desejo” — caminhos naturais que as pessoas percorrem no dia a dia — e defendeu a criação de uma rede estrutural orientada por critérios como intensidade de uso, grau de risco e incidência de mortes no trânsito.

Tuca Munhoz propôs uma abordagem mais ampla, ao afirmar que o termo “acessibilidade” precisa ser ampliado. Para ele, é necessário pensar em mobilidade universal, com infraestrutura que acolha todas as pessoas: bancos para descanso, travessias elevadas, arte no espaço público, palcos para apresentações, bebedouros e sinalização sonora.

Criador e coordenador do Programa Passeio Livre, voltado à padronização de calçadas e revitalização de ruas, José Renato Melhem apresentou o histórico das políticas públicas sobre calçadas na Prefeitura. Apesar das dificuldades para reformar essas infraestruturas, a cidade hoje conta com um padrão definido, respaldado pelo PEC (Programa de Edificações e Calçadas), estabelecido por lei.

Mariana Giannotti, da Poli-USP, apresentou um mapeamento detalhado das calçadas da cidade, levando em conta largura, localização e perfil dos usuários. Já a equipe da FGV Cidades trouxe uma análise sobre as possibilidades de gestão e captação de recursos para políticas públicas voltadas à mobilidade a pé.

Além das mesas de debate, o seminário promoveu três oficinas participativas, que trataram da criação de redes de mobilidade, ampliação e conservação das calçadas. A partir dessas atividades, começou a ser construído o esboço de um projeto de lei que será apresentado por Falzoni, com o objetivo de garantir calçadas mais seguras, acessíveis e integradas — resultado direto da escuta ativa da população aliada ao conhecimento técnico.

Para a vereadora, esse foi apenas o começo. “Vamos realizar outros encontros como este ao longo dos próximos quatro anos. Nosso compromisso é fazer política com base em escuta qualificada, dados concretos e propostas viáveis — ultrapassando o discurso e partindo para ações efetivas”, afirmou.

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