A Represa Billings, um dos principais reservatórios de água da Região Metropolitana de São Paulo, completa 100 anos neste 27 de março. Entretanto, o que deveria ser um marco de celebração é também um alerta para a crise na qualidade da água e os desafios enfrentados pelos moradores da Zona Sul da capital.
Diante das denúncias sobre falhas no abastecimento e a péssima qualidade da água tanto na Billings quanto na Guarapiranga, o gabinete da vereadora Renata Falzoni, em conjunto com a deputada federal Tabata Amaral e a fundadora do Movimento Direito Nosso, Mayara Torres, protocolou uma ação no Ministério Público. O inquérito já foi aberto para investigar a responsabilidade da Sabesp e exigir transparência sobre a real qualidade da água distribuída.
Nos últimos meses, moradores de diversos bairros da Zona Sul relatam torneiras secas por horas ou até dias e, quando a água chega, vem com coloração escura, mau cheiro e imprópria para consumo. Apesar disso, a Sabesp afirmou, em nota, que a coloração “não representa risco” e atribuiu o problema à “variação climática”.
Junto com a vizinha Represa Guarapiranga, a Billings abastece milhões de paulistanos, mas há anos sofre com o impacto do crescimento desordenado e da falta de saneamento básico. O despejo de esgoto doméstico e industrial desde meados do século XX comprometeu a qualidade da água, que hoje ainda é utilizada para abastecimento público, lazer e pesca.
Com a abertura do inquérito, a Sabesp deverá esclarecer se há substâncias tóxicas na água, se o abastecimento está sendo realizado corretamente e quais são os impactos desse fornecimento na saúde dos moradores.
A Represa Billings segue sendo um patrimônio essencial para São Paulo. Garantir a qualidade da sua água e a segurança da população que depende dela é uma prioridade que não pode mais ser adiada.
